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Do Hype à Estratégia: Como usar o Futuro para Transformar o Presente

  • 1 de mai.
  • 3 min de leitura




Na Conexões de Negócio, temos uma regra silenciosa: se não gera transformação real no presente, não serve como estratégia. Essa lógica também vale para o nosso jeito de pensar o futuro.

Foi o que me fez parar, refletir e escrever este texto, depois da primeira aula do Master em Strategic Foresight and Futures Design, pela ESPM.


Discutimos Futures Literacy, em português a alfabetização em futuros. E percebi o quanto esse conceito é essencial para qualquer gestor ou empreendedor que deseja mais do que previsões: deseja capacidade de agir com consciência, visão e coragem.

Mas vamos começar com um exemplo prático.


👓 O óculos de realidade aumentada (que nunca foi sobre tecnologia)

Recentemente sugeri o uso de óculos de realidade aumentada em um projeto com uma pequena empresa que precisava, com urgência, criar cultura de acompanhamento de resultados.

O ponto não era a tecnologia em si. A empresa não precisava de RA para ver números, uma planilha bastaria.

Mas o óculos criava um ritual simbólico: quando o gestor colocava o equipamento, ele entrava em modo liderança estratégica. Ele via os indicadores, e mais do que isso — ele era visto vendo os indicadores. Isso ativava disciplina, atenção, e sobretudo, provocava conversa e alinhamento com o time.

Sim, usei o hype. Mas usei com propósito. Porque o futuro, para mim, é ferramenta, não previsão.

Foco no resultado: no futuro pode ser que a ferramenta integre mais informações e interações. Pode ser que estejamos antecipando e criando o futuro de imersão, integração e digitalização na gestão de indicadores. Mas se não for isso o futuro, ainda assim eles terão absorvido a cultura de ritual da leitura dos indicadores e resultados com disciplina e satisfação, impactando assim a gestão que facilita o crescimento sustentável e consistente.



📚 O que diz a teoria sobre tudo isso?

O artigo “Futures Literacy and the Diversity of the Future”, publicado na revista Futures (Mangnus et al., 2021), afirma que a alfabetização em futuros não é sobre prever o que virá, mas sobre entender como diferentes abordagens sobre o futuro moldam nossas decisões no agora.

Os autores apresentam quatro formas de se relacionar com o futuro:

  1. Preditiva – baseada em dados, projeções e mitigação de riscos.

  2. Plausível – reconhece a incerteza e trabalha com múltiplos cenários possíveis.

  3. Experimental – convida à cocriação de futuros alternativos, com imaginação e design.

  4. Crítica – questiona quem controla as narrativas de futuro e quais são seus efeitos políticos e sociais.


Todas são válidas — mas só quando se tem reflexividade, ou seja, a consciência de qual abordagem se está usando, por quê, e para quem.


🧠 E onde entra a gestão de negócios?

Na tese de Samantha Mazzero (USP, 2019), o Corporate Foresight é tratado como uma competência organizacional que sustenta vantagem competitiva. Isso significa que pensar o futuro não é só papel de visionário ou do setor de inovação — é uma prática de gestão.

E aqui está o ponto que conecta tudo: o uso estratégico do futuro não começa com futurologia, começa com cultura. Com a criação de pequenos rituais que provocam novos comportamentos — como o óculos provocou naquela empresa.


📣 O que isso muda para você, gestor e gestora?

O futuro não existe. O que existe são decisões no presente com intenção de longo prazo.

Por isso, alfabetizar-se em futuros não é luxo. É sobrevivência e liderança.

Você, como tomador de decisão, pode:

  • Usar o futuro como lente para transformar o hoje.

  • Criar ambientes que incentivam comportamentos desejáveis.

  • Escolher não apenas a rota, mas como sua empresa vai se relacionar com o desconhecido.

Estamos integrando essa perspectiva na cogestão. Construímos rotinas que não apenas controlam, mas provocam transformação. E isso inclui ampliar a consciência de líderes sobre o tempo — o passado que pesa, o presente que acelera, e o futuro que ainda pode ser desenhado.

Vamos falar sobre como usar laboratórios de futuros e cenários colaborativos para planejamento estratégico com equipes pequenas e múltiplas agendas numa mentoria ao vivo, mas apenas para inscritos na comunidade. Então se inscreva aqui. Se você já é assinante acesse a plataforma e se inscreva para a mentoria: ➡️ “Ferramentas de Futuros para Pequenas e Médias Empresas”


Enquanto isso, te deixo com uma provocação:

Qual é a inovação que a sua empresa precisa agora — não para parecer inovadora, mas para mudar a forma como age no presente?

Até o próximo artigo. — Edgar Marcucci - Fundador e CEO, Conexões de Negócio Cogestão em Vendas

 
 
 

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